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Mostrando postagens de março, 2015

As HQs impulsionando séries de TV com qualidade

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Não é de hoje que as histórias em quadrinhos inspiram séries televisivas de qualidade, há muito tempo isso ocorre, mas estamos vivendo um novo momento deste fenômeno. As séries televisivas do Batman de Adam West e Burt Ward que marcou a década de 1960 e foi exibida no Brasil até os fins dos anos 90 com 120 episódios e a do Hulk com Bill Bixby e Lou Ferrigno criada nos fins dos anos 1970 com mais de 80 episódios e alguns filmes derivados fizeram o caminho de potencializar e popularizar os quadrinhos a partir delas, a primeira inclusive acabou tornando o Batman mais aceitável e leve para um determinado corte de público. O caminho de hoje é um pouco diferente, os quadrinhos tem impulsionado novas produções para a televisão, em alguns casos associadas a filmes que as antecedem como Agents of Shield e Agent Carter, ambas da Marvel. Outro exemplo são as séries da DC Comics que passam a pipocar no canal pago Warner e em outros, começou com Arrow reproduzindo as aventuras do Arqueiro Ver...

O formatinho cresceu junto com o público leitor,seria o momento dele voltar?

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Começamos nossa inserção nos quadrinhos do século XX com os semanários com materiais preferencialmente de origem européia que reproduziam também algo norte-americano, nossas primeiras revistas em quadrinhos de personagens solo ou coletâneas aparecem em formato próximo ao americano e, creio que não intencionalmente, as da editora Abril vão migrando para formatos menores até chegar ao famoso formatinho. O formatinho esteve em sintonia com um determinado público leitor passando por praticamente todas as editoras (GEP,EBAL,RGE,BLOCH,ABRIL,GLOBO..) até meados dos anos 90 do século XX, ficou como uma marca dos quadrinhos de Maurício de Souza, italianos, Fantasma, Mandrake, Marvel, DC e Disney no Brasil. Creio que reflita um momento de um público majoritariamente infantil e juvenil, um corte de mercado intencional e consciente no processo que consolidou esse formato de publicação mais barato, mais popular e mais acessível. Os que compraram e viveram esse período, em particular os materi...

As charges refletem o momento político

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Desde o começo de 2015 a presidenta reeleita Dilma está nas cordas na luta política, a imensa maioria das charges veiculadas esse ano na imprensa retratam isso. Sou daqueles que acredita que o papel deste tipo de representação gráfica não é o elogio, a natureza dele é o da crítica, o da tentativa de dar um tom bem humorado a algo que nos incomoda, despertar alguma indignação, brincar com fatos sérios e polêmicos. Foi baseado nessa premissa que me coloquei apoiando a liberdade de desenhar e publicar o que quer no episódio do Charlie Hebdo , me indignaram algumas tentativas de culpar os desenhistas e a publicação pelo atentado. Não gosta do publicado? Não lê, não compre. Utilizo na  dissertação de  meu mestrado e na tese do doutorado a definição do professor Paulo Ramos para charge em seu livro A Leitura dos Quadrinho s (Editora Contexto, 2010): " A charge é um texto de humor que aborda algum fato ou tema ligado ao noticiário. De certa forma, ela recria o fato de forma fi...
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MERIBÉRICA/LÍBER - Um marco na relação Brasil/Portugal nos Quadrinhos/Bandas Desenhadas Na década de 80 o Brasil viveu um boom na publicação de quadrinhos devido ao bom momento econômico e as expectativas com o Governo do Presidente José Sarney, o primeiro no período pós-ditadura. As bancas de jornais eram o alvo principal, embora as livrarias também tivessem importante participação, mas nada na proporção dos dias de hoje. Martins Fontes e L&PM disputavam as livrarias, nas bancas a Editora Abril reinava e começava a diversificar seus produtos, inovava com publicações em formato americano e trazia para nós Watchmen, O Cavaleiro das Trevas, Ronin e várias outras mini-séries. Outras editoras aproveitavam o momento e tentavam se inserir: a Globo publicou suas graphic novels, manteve firme suas revistas da linha infantil com Maurício de Souza que havia migrado para lá e disputou títulos da Marvel com a Abril; a Cedibra trazia as novas revistas de qualidade da a...

Os quadrinhos e as mudanças do mundo no século XX

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O mundo sofreu mudanças importantes no século XX, os reflexos dessas se fazem presentes em tudo, são inclusive culturais.O período posterior a Segunda Grande Guerra é marcado pela polarização entre União Soviética e Estados Unidos. Esta relação de bipolaridade marcou profundamente os quadrinhos ocidentais, a presença da figura russa como o inimigo sucede a figura de Hitler que se fez presente em dezenas de capas dos comics norte-americanos durante a Segunda Guerra. Há uma clara disputa ideológica e cultural entre os dois modelos. Os norte-americanos ocuparam as bancas de todas as Américas com suas publicações e a propaganda do American Way Life, tal fenômeno não consegue ocorrer na mesma proporção na Europa, mas as histórias em quadrinhos norte-americanas também penetram ali, em particular nos jornais. Com o final da Guerra Fria na década de 1980 há uma mudança na maneira de se relacionar dos países, inicia-se uma nova configuração na relação entre as nações com a queda da U...

A nova fase do quadrinho nacional e o financiamento coletivo fazendo parte dela

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Creio ter pego três fases do quadrinho nacional contando com a atual, lembro da  marcada pelo veiculado em fins da ditadura no Pasquim misturado com charges e caricaturas, naquele momento também tinha muita coisa sendo publicada na Balão, pelo Henfil na sua Revista Fradim e outros. Vivi mais intensamente as outras duas, a que tinha como forte símbolo a Chiclete com Banana e demais publicações da Editora Circo, estes anos também tinham muito material bom saindo nas páginas da saudosa Animal(material que merece uma republicação), nas páginas da revista Porrada e outras mais, os álbuns não eram o forte desta época, embora L&PM, a já citada Circo e algumas outras arriscassem volta e meia algo. Sinto falta até hoje de materiais como o de Luis Gê e Laerte, mexiam comigo, eram profundos e gostosos de apreciar. Nossa fase atual está inserida num mundo muito mais globalizado, sou daqueles que acha a linguagem dos quadrinhos atuais cada vez menos marcada com características nacionai...

O começo de minha relação com os quadrinhos

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Lembro como se fosse hoje: em 1984 ganhei de presente de um amigo de meu tio o que viria a ser minha primeira história em quadrinhos, esse colega da família mais tarde viria a ter uma banca de jornal em São Paulo e tinha muito bom gosto já naquela época, afinal me presenteou com um Asterix. Asterix entre os Godos foi o começo de tudo, uma edição da Editora Record que guardo até hoje com muito carinho, já amarelada e surrada, em breve devo colocá-la numa moldura. Nesta data já passam dos 30 mil os gibis em minha coleção, confesso ter menos tempo do que gostaria para lê-los, organizá-los e apreciá-los, é o peso da idade e das responsabilidades... Mas voltando ao início do meu vício, na sequência do meu primeiro Asterix conheci um jovem mais ou menos da minha idade que colecionava HQs, o rapaz guardava tudo numas caixas de papelão super organizadas, me encantei e comecei a aprofundar o gosto por estas. Fui a banca que ficava ao lado da minha casa, ainda em 1984, e adquiri Super A...

A necessidade de escrever nos chama.

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Muito tempo atrás eu tive um blog, durou um período bacana, mas deixou de ter motivos de existir. Há pouco dias conversei com amigos que vivem de blogs, especialistas na área, ouvi um bocado e resolvi voltar a escrever. Acho importante ter um espaço para compartilhar ideias, o momento que vivo ajuda nisso também, estou próximo de concluir minha tese de doutorado, logo logo enfrentarei uma banca e, se tudo der certo, fecharei mais esse ciclo da minha vida. Mas por que chamar o blog de REVISTA ILUSTRADA? Desde o mestrado entrelacei meus estudos e meu gosto pelos quadrinhos com a publicação criada por Angelo Agostini durante o Segundo Reinado do Império do Brasil, passei dois anos pesquisando a mesma e acabei tendo a felicidade de concluir minha dissertação com recomendação para publicação, ela virou um livro e este ganhou o troféu HQ Mix de melhor tese de mestrado em 2012. A Revista Illustrada de Agostini era com dois "eles", achei melhor grafar com um só para facilita...